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Moacir tem 46 anos e trabalha na área de construção civil em Toropi.
Após uma cirurgia para a retirada do olho direito e reconstrução da mandíbula, os familiares de Moacir Naissinger, 46 anos, comemoram a recuperação do trabalhador. Ele estava internado em estado grave no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) após ser atingido por um disparo na cabeça enquanto dirigia na VRS-805 (faixa de Toropi). Mas, apesar das boas notícias, a falta de respostas sobre o autor do disparo ainda assombra a terapeuta Géssica Naissinger, 28 anos, filha de Moacir. Isso porque o principal suspeito do crime é Leandro da Rosa Braz, foragido que aterroriza a região de São Pedro do Sul e Toropi.
— Temos medo, dor, angústia e muita apreensão. Eu tinha muito medo, tenho feito esse trajeto de Santa Maria a São Pedro, muitas vezes até de noite e fico apreensiva — relata a terapeuta.
O suspeito, de 30 anos, está foragido desde o ano passado, quando foi beneficiado com a chamada "saidinha de Natal" e, desde então, não retornou para a cadeia. Nos últimos dias, ele foi o responsável por furtar e até mesmo incendiar uma residência na região.
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Recuperação
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A bala atingiu a cabeça de Naissinger, na região abaixo da orelha, e saiu próximo ao olho direito. Ele também fraturou a mandíbula e outros vários pontos da face. Géssica conta que o pai está consciente, movimentando todos os membros e obedecendo a comandos verbais. Sem poder falar, ele usa gestos e a escrita para se comunicar:
— Ele vem reagindo assim de uma forma surpreendente. Até os médicos estão bem surpreendidos pela força dele. Desde ontem (sexta), eles começaram a retirar os sedativos e ele tá tendo todos os movimentos físicos, ele tá enxergando do outro olho, está ouvindo, reconhecendo as pessoas — conta.
Moacir segue em acompanhamento médico no Husm. O próximo passo será a retirada dos fios de aço usados para a reconstrução do rosto, o que deve acontecer logo no início de fevereiro.
Falta de respostas
Desde o acidente, Géssica conta que busca informações sobre o foragido. A falta de apoio e atualizações sobre o caso é motivo de angústia não só para a terapeuta, mas para toda a população de Toropi.
— Eu quero saber porque todo mundo pergunta, sabe? Hoje tá muito calma a cidade, eu fui na farmácia, não tem movimento. Tá tudo muito tranquilo e a gente não sabe se ele permaneceu nessa localidade ou para onde que ele foi, eu não sei — conta.
As buscas também são questionadas pela população da cidade:
— Tem um grupo aqui da cidade onde as pessoas falam ‘ah, mas a gente não vê mais as viaturas’, ‘tá tudo silencioso’, o que tá acontecendo?’A cidade está com medo, as pessoas estão com medo, não querem sair de casa — relata.
Buscas
As buscas por Leandro começaram na segunda (15) e foram intensificadas ao longo da semana. Já na terça (16), cerca de 25 policiais iniciaram o trabalho na região com o auxílio de drones. No final da tarde de quinta-feira (18), as buscas tiveram um reforço na localidade de Ribeirão Hauber, cerca de 5 km do centro de São Pedro do Sul, após moradores relatarem ter visto o suspeito nos fundos de um salão de festa em uma propriedade particular próximo à antiga pedreira. Na madrugada de sexta-feira (19), cerca de 20 homens se mobilizaram vistoriando veículos, abordando pessoas e checando residências. Até o momento, Leandro não foi localizado.
Quem é Leandro?
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Leandro da Rosa Braz, natural de Tupanciretã e com residência em Santa Maria, possui uma vasta ficha policial com antecedentes por homicídio, sequestro, assaltos, entre outros crimes. Ele cumpria uma pena de 14 anos, sete meses e 19 dias de prisão na penitenciária de Júlio de Castilhos.
A população é orientada a relatar qualquer informação que possa auxiliar nas investigações e na captura do fugitivo. A Brigada Militar e a Polícia Civil permanecem mobilizadas nas buscas pelo fugitivo. Os telefones da polícia são 190 e 197.
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